“A Praça”,
como espaço público é tema de uma das composições musicais consideradas como
clássico da Música Popular Brasileira e foi composta por Francisco Buarque de
Hollanda. Em qualquer praça pública a população pode viver momentos de lazer,
mas também é ponto de encontro e de negócios.
Quem vê a
Praça do Santíssimo Salvador hoje, não imagina a quantidade de transformações
que este espaço público já sofreu ao longo dos anos e no decorrer do século XX.
Os mais velhos ainda lembram os espaços ajardinados, das velhas árvores que
davam sombras ao redor das calçadas, dos velhos bancos de treliça em madeira, e
dos locais cercados que preservavam o Monumento ao Expedicionário.
Ao longo de
sua existência a Praça do Santíssimo Salvador contou com palmeiras e árvores
que davam sombra por sua extensão, e era toda gradeada com portões que eram
cerrados às 21 horas, isso em 1893.
Em 1903, a
Praça do Santíssimo Salvador passou por reformas em seus jardins. Nos anos
seguintes, 1904 e 1905, este espaço ganhou lâmpadas coloridas, que deram mais
brilho as famosas retretas musicais feitas pelas Sociedades Musicais.
Décadas
depois (anos 20), a praça como espaço de lazer encontrava-se abandonada, seus
jardins em estado lastimável, o capim tomando conta da praça e isso fez o campista
reclamar por melhorias.
Registros
dão conta de que em 1929, os campistas iniciaram amplo debate sobre a ampliação
da Praça do Santíssimo Salvador, com a transferência da Catedral para o bairro
Jardim Maria Queiroz. Como vemos, a população manteve a decisão de que a
Catedral não fosse transferida e pudesse embelezar o conjunto entre a praça e
os prédios ao redor.
A década de
30 é marcada por fatos importantíssimos que marcaram a história de Campos dos
Goytacazes. Em 1931, durante os festejos do Santíssimo Salvador, o povo delirou
diante da batalha empreendida pelas Sociedades Musicais Lyra de Apolo e
Guarany.
Se em 1935 a
população vivia a festividade das comemorações do centenário de elevação da
antiga vila à categoria de cidade, além dos melhoramentos efetuados tanto na
Catedral como nos edifícios que circundam a praça, em 1937, os campistas
vivenciaram um fato doloroso por conta do Integralismo, quando algumas pessoas
morreram quando passavam diante de uma trincheira instalada nos arredores da
praça.
Os anos 40
foram marcantes para a população uma vez que surgiram novas construções como o
edifício da Empresa de Correios e Telégrafos, dando nova estética ao local.
Além de ter início à discussão sobre o monumento ao Expedicionário campista
cuja obra foi criada pelo artista Modestino Kanto e que acabou beneficiando a
praça.
Assim como
já havia ocorrido no início da década de 20, na década de 50, a praça volta a
ser objeto de abandono, os campistas então reclamam e apelam para que sejam
construídos edifícios belos e modernos para que a praça pudesse voltar a
cumprir as finalidades sociais que lhe eram atribuídas.
Em 1975, os
trabalhos de remodelação e embelezamento foram obstacularizados por investidas
de vândalos que se encarregaram de destruir bancos e outros pertences ao local.
Já no início
dos anos 80, foram concluídas as reformas de urbanização da Praça São Salvador
com melhorias no ajardinamento.
Entretanto o
século XXI trouxe consigo novas idéias. Logo no início deste novo século, a
administração municipal resolveu retirar todas as árvores e jardins existentes,
dotando a Praça do Santíssimo Salvador de um imenso espelho cimentado. Foram
implantadas algumas pedras de mármore que, na justificativa da municipalidade
retratavam uma frase atribuída ao ex-presidente Getúlio Vargas, em uma das
muitas visitas que fez a Campos, de que, “se o Brasil é o pulmão do mundo,
Campos é o espelho do Brasil”.