Para uma cidade que abrigou o
terceiro jornal mais antigo do País, o Monitor Campista, a Associação de
Imprensa Campista têm papel relevante na história de Campos.
Esta Associação foi fundada em 17
de junho de 1929 e sua formação se deu por iniciativa de trabalhadores da
imprensa reunidos na filial de Campos, do jornal “O Estado”, de Niterói. Sua
primeira diretoria foi formada pelos renomados jornalistas Sylvio Pélico
Fontoura (presidente), Alcindor de Moraes Bessa (vice-presidente), Roberto
Findlay (primeiro secretário), Antenor Vianna de Carvalho (segundo secretário),
e Silvio Cardoso Tavares (tesoureiro), conforme relato de Jorge Arueira no
livro “Viver é ter amigos”.
De acordo com pesquisa do atual
presidente da instituição, Vitor Menezes, o jornalista Hervé Salgado Rodrigues,
em sua obra “Campos – Na Taba dos Goytacazes”, afirma que a intenção da
associação não era desenvolver atividades sindicais, “mas apenas defender a
imprensa, seus direitos, sua liberdade”.
Waldir P. de Carvalho registra
que a AIC, durante anos funcionou em salas cedidas por outras entidades de
classe da cidade e, que em 25 de setembro de 1943, inaugurou sua sede na
Avenida Sete de Setembro, nos altos da Confeitaria Francesa.
Mas Hervé relata que desde os
anos 30, a Prefeitura de Campos, havia doado à Associação o terreno onde
encontramos a sede da Associação, na Rua Tenente-Coronel Cardoso. A demora para
a concretização da obra, causou a destituição de Otacílio Ramalho da
presidência da entidade, após receber inúmeras críticas do então jornalista
Silvio Fontoura.
A nova sede abrigou também as
sedes de outras entidades tais como: AA (Alcóolicos Anônimos), Ordem Rosa-Cruz,
Associação dos Idosos, Academia Pedralva-Letras e Artes, União Brasileira de
Trovadores, Grupo de Oratória, Clube de Poesia, etc.
A sede da Associação serviu ainda
de espaço para reuniões ao movimento “O petróleo é nosso”, em Campos, liderado
pelo Centro de Defesa do Petróleo, fundado por João Barcelos Martins, Heraldo
Viana e João de Faria.
O mesmo local, recepcionou em
abril de 1980, o líder comunista Luiz Carlos Prestes e mais recentemente em
campanhas como a do movimento “Viva Monitor”, contra o fechamento do jornal
Monitor Campista, ocorrido em 15 de novembro de 2009.
Ao longo de seus 85 anos, a AIC
tem sido cenário de resistência democrática e de defesa do papel da imprensa.
Centenas de reuniões partidárias e de movimentos sociais, agitações e coletivos
culturais, tiveram espaço na sede da associação.
A Associação promove anualmente,
a Semana da Imprensa, realizada no período em que se comemora o Dia da
Imprensa, em 1º de junho, e entre os meses de março a novembro, o projeto Cine
Jornalismo AIC, com exibição de filmes sobre jornalismo e encontros com
jornalistas e estudantes de jornalismo, em todo último sábado de cada mês.
O prédio é tombado pelo Conselho
do Patrimônio Histórico Municipal, através da Resolução nº 002, de 27 de
dezembro de 2011.