Localizado no centro do Boulevard
Francisco de Paula Carneiro, no entroncamento das ruas Sete de Setembro, Treze
de Maio e Santos Dumont, este pilar em pedra é conhecido como “Pelourinho”, e é
remanescente de um dos capítulos mais tristes da história brasileira, o período
em que no Brasil, africanos trazidos à força, foram obrigados a trabalhar como
escravos nas lavouras canavieiras.
O marco, desprezado pelos
afro-descendentes, chegou a ser quebrado e ficou durante anos, jogado em um
depósito da Prefeitura, até que um dia foi encontrado por amantes da cultura e
da preservação de bens históricos.
Para quem aprecia a preservação
de bens culturais, o Pelourinho, serve nos dias de hoje, para que os campistas
também façam uma reflexão e retirem do seu âmago o sentimento preconceituoso
contra os afro-descendentes.
No período Colonial, era neste
pilar que os antigos escravos fujões e praticantes de delitos, era subjugado e
pagava por suas ações, levando nas costas centenas de chibatadas conforme o
veredito dos juízes e das leis de então.
De acordo ainda com algumas
pesquisas existiram em Campos, dois Pelourinhos. O primeiro no cruzamento das
ruas Treze de Maio e Sete de Setembro, o qual foi arrematado pelo Tenente
Ignácio Gonçalves Pereira. O primeiro Pelourinho foi feito com pedra da
localidade, parecendo mais um marco do que um padrão de vila. Para sua
confecção foi gasto quatro mil e seiscentos réis, que se mandou acrescentar á
custa da Câmara.
O Doutor Ouvidor Geral e
Corregedor da Câmara, Jose Pinto Ribeiro, propôs em ato de vereação de sete de
março de 1795. “Que sendo esta Villa huma das mais famosas do continente, não
deve existir sem o padrão do Pelourinho em lugar próprio e desembaraçado, que
seja a eleição dessa corporação, para cujo fim se deve mandar vir de fora a
pedra ou coluna dele, etc.”
Em cinco de Agosto de 1831,
entrou-se em discussão o parecer sobre a demolição do Pelourinho, ou opor-se em
praça tudo quanto faz parte do mesmo, deliberando-se não poder por autoridade
própria demolir um monumento mandado levantar por lei, ainda que ele pareça
inútil ou prejudicial.
Apesar dessas propostas, o
Pelourinho estava sempre firme com os braços de ferro cheios de argola, nas
quais se prendiam os escravos que sofriam a pena de açoites. Em 1875 aquele
instrumento de suplício foi arrancado da Rua Barão de Cotegipe e esteve,
durante anos, servindo de pedestal à cruz do Cemitério Público do Caju.
A peça, durante o governo de
Anthony Garotinho, deixou o Cemitério e se integrou à arquitetura do Corredor
Cultural da Rua Carlos de Lacerda. No Governo de Arnaldo Viana, foi demolido o
Corredor Cultural e a peça quebrada foi atirada ao lixo do Triturador. Em período
recente ele retornou ao seu antigo local, onde está atualmente.
O Pelourinho, hoje é um bem
tombado pelo Patrimônio Histórico conforme Resolução nº 003, de 27 de dezembro
de 2011.
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